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  • Foto do escritorVilmar Bueno, o ESPETO

Comitê de Crise - Saúde intensifica ritmo da vacinação



São Bento do Sul

Durante a reunião desta quinta-feira (8) do Comitê de Crise da Covid-19 em São Bento do Sul, um dos temas mais tratados foi quanto ao cronograma de vacinação da população. Especialmente por conta do calendário do governo estadual, que prevê a imunização em primeira dose de todos acima de 18 anos até o fim de agosto.


Conforme a enfermeira e coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Cristiane Sestrem, pelas projeções feitas pela própria equipe são-bentense, estima-se que até 30 de agosto, um dia antes do prazo estipulado pelo governo, seja possível vacinar todo o público-alvo. Mas, para isso há a necessidade de envio das doses por parte do governo.


Atualmente estão sendo vacinadas pessoas com 44 anos ou mais em São Bento do Sul, e o agendamento pode ser feito por quem tem 41 anos ou mais. De acordo com Cristiane, a abertura de novas faixas etárias para cadastro ocorre somente quando o público previsto para vacinação na faixa anterior está com 70% dos cadastrados imunizados. Ou seja: se, por exemplo, existem 1.000 pessoas com 44 e 45 cadastradas, somente após 700 (70%) delas serem imunizadas, aí então é aberto cadastro para quem tem 42 e 43 anos.


Por conta disso, a enfermeira reforça a necessidade da população fazer o cadastro no site vacina.saobentodosul.sc.gov.br para que as equipes de vacinação possam fazer os cálculos e estimativas de doses. Conforme Cristiane, para que toda população acima de 40 anos possa ter a primeira dose aplicada em São Bento do Sul, ainda são necessárias mais 4.290 doses. Para suprir esta demanda, a Secretaria de Saúde já entrou em contato com o governo estadual solicitando o aumento do quantitativo enviado para a cidade. Ao todo, entre 40 e 44 anos, estima-se que são 6.914 pessoas no município.


Com o aumento da vacinação, a Secretaria de Saúde também montou um esquema especial para os próximos oito finais de semana, com objetivo de vacinar, em dias de semana, cerca de 700 pessoas, e por fins de semana, mais 1.500. Também serão abertos novos locais de vacinação, totalizando três.


Quanto às 900 doses destinadas aos trabalhadores da indústria, até a manhã desta quinta-feira foram aplicadas 339, seguindo o critério das idades. “Como são poucas as doses para um público tão grande, já que boa parte de nossa população trabalha na indústria, optamos por seguir o critério da idade e ir aplicando quando a pessoa que trabalha na indústria se encaixa na faixa etária”, explicou.



Ainda segundo Cristiane, a capacidade técnica de São Bento do Sul é de vacinar até 700 pessoas por dia, levando em consideração as primeiras e segundas doses. Ela explica que existe todo um cuidado a ser seguido na hora da imunização a fim de garantir a eficácia da vacina, pois cada laboratório apresenta seu esquema técnico para ser seguido. “Não é só chegar e vacinar”, afirmou.

O nível de faltas nos agendamentos têm se mantido estável entre 4% e 5%, por dia. Conforme a enfermeira, mesmo assim não ficam vacinas paradas, pois sempre acaba ocorrendo agendamento de outro paciente, especialmente os de segunda dose, para suprir a falta. Falando especificamente das aplicações para segunda dose, Cristiane destaca que até agora apenas 17 pessoas, desde o início da vacinação, deixaram de comparecer.


Escolha da vacina – Um problema que será analisado com mais atenção pelo comitê diz respeito a quem se recusa a ser vacinado. Há casos de pessoas que fizeram o agendamento três ou quatro vezes porque ao chegar no local de vacinação se recusa a receber o imunizante de determinado laboratório. Mas, como atualmente não existem dispositivos legais em São Bento do Sul para impedir novos agendamentos, estas pessoas acabam causando transtornos às equipes de saúde.

Para evitar estas situações, objetivo é fazer com que estas pessoas somente possam reagendar a vacina lá por setembro, após encerrar o cronograma estabelecido pelo governo estadual.


Segunda dose – Como o agendamento do horário para aplicação da segunda dose é feito por telefone, as equipes da Secretaria de Saúde têm enfrentado problemas para conseguir encontrar algumas pessoas, seja por telefone informado errado ou porque não atendem. Por isso fique muito atento ao preencher o cadastro.

Cristiane lembra que a vacinação contra a Covid-19 é uma campanha única na história por serem imunizantes com duas doses. As demais vacinas são aplicadas em apenas uma, e isso faz com que a atenção agora tenha que ser redobrada.


Números – Responsável pela Central de Monitoramento, a médica Andrea Duvoisin apresentou os dados referentes aos atendimentos de síndromes gripais e de Covid-19 no município. Ao longo das últimas três semanas epidemiológicas, nota-se uma redução nos indicadores, mas, ainda assim, ela alerta que não é momento para relaxar nos cuidados.

Com base nas estimativas, Andrea acredita que somente a partir de novembro é que será possível intensificar as liberações, mas isso desde que o cronograma vacinal seja cumprido à risca e os números sigam demonstrando que há segurança para tais deliberações.


Em termos de números, na última semana epidemiológica, de 27 de junho a 3 de julho, foram atendidos 628 pacientes nas duas centrais de Covid de São Bento do Sul. Este número está em queda se comparado às semanas anteriores. Entre 6 e 12 de junho chegou a ser de 912 atendimentos. As confirmações também estão reduzindo, caindo de 286 para 62 no mesmo período.


Outro dado apresentado por Andrea é quanto à letalidade da doença entre as cidades da região. São Bento do Sul hoje tem taxa de 1,75%, bem abaixo de Rio Negrinho com 2,11% e de Campo Alegre, com 2,87%.


O diretor geral do Hospital e Maternidade Sagrada Família, Oscar Junior, também destaca queda no número de pacientes com Covid-19, mas ainda assim alerta que o nível de internações segue alto. Dos dez leitos de UTI, todos estão ocupados e cinco deles por pacientes com Covid-19. Na enfermaria são 36 leitos ocupados e boa parte deles por pacientes Covid. Ainda de acordo com as estatísticas, o público que hoje mais enfrenta problemas médicos decorrentes do coronavírus é de pessoas com idade entre 30 e 59 anos.


Ainda em relação à UTI que segue lotada mesmo com a queda no número de internamentos de pacientes Covid, o fato deve-se à retomada das cirurgias eletivas, pois muitos pacientes no pós-operatório precisam ser levados para o setor de terapia intensiva. Além disso, há casos de pacientes sendo transferidos para outros hospitais da região.


Música ao vivo – O comitê também analisou nesta quinta-feira a possibilidade de liberar música ao vivo em bares e lanchonetes, porém, por 13 votos a 7, decidiu-se por manter proibidas as apresentações. O motivo para isso é que justamente a faixa etária que mais frequenta os estabelecimentos é a que hoje mais sofre com a doença. No fim do mês, com o avanço da vacinação, novamente o tema será discutido.

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